TOM CLARK: Sophia de Mello Breyner Andresen: Eternalization (Se tanto me dói que as cosas passem)

Cine-Teatro Império, Lisboa. Edifício projetado pelo Arq. Cassiano Branco (1897-1970) e inaugurado em 1952. Foi desativado na década de 1990 e classificado Imóvel de Interesse Público em 1996 [architect Cassiano Branco (1897-1970); opened in 1952; deactivated in 1990; classified a place of Public Interest in 1996]: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d. (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004): Se tanto me dói que as coisas passem

Cine-Teatro Império, Lisboa. Edifício projetado pelo Arq. Cassiano Branco (1897-1970) e inaugurado em 1952. Foi desativado na década de 1990 e classificado Imóvel de Interesse Público em 1996: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d. (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Cinema, Portugal: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d.(Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian

Cine-Teatro Santo António, Faro, Portugal: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d. (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Cinema Lys, Portugal: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d.(Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Cinearte, Lisboa, Portugal. Autor do projeto: Arquiteto Raúl Rodrigues Lima. Período de construção: 1937-1938: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), 1938 [?} (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

, Lisboa, Portugal. Autor do projeto: Arquiteto Raúl Rodrigues Lima. Período de construção: 1937-1938: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), 1938 [?} (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Cinema Éden, Lisboa, Portugal. Autor do projecto: Arquitecto Cassiano Branco, Arquitecto Carlos Florêncio Dias. Data da inauguração: 1937. Sala do Cine-Teatro "Éden", Lisboa. A primeira versão desta sala de espectáculos, foi inaugurado no dia 25 de Setembro de 1914, com a opereta “O Burro do Sr. Alcaide de Gervásio Lobato”, é o primeiro Éden, com o nome "Éden Teatro". O nome Éden não era inédito na época, conforme salienta o jornal "A Capital" de 15 de Fevereiro de 1988. De facto, um pouco mais abaixo, nos Restauradores, onde hoje encontramos o Avenida Palace Hotel, existia o "Éden Concerto" (fundado em 1899). Outra sala de espectáculos, com um nome similar foi o "Éden Cinema" que, situado em Alcântara, na Rua do Alvito, sobreviveu até aos anos 60. O novo Éden Teatro foi inaugurado no dia 1 de Abril de 1937, com a peça Bocage, interpretada por Estevão Amarante, numa cerimónia memorável presidida pelo Chefe de Estado marechal Carmona. Esta última versão, aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa em 1933, foi assinado pelo arquitecto Carlos Dias, apesar de o projecto inicial ter sido do arquitecto Cassiano Branco, que devido a desentendimentos com o proprietário, Conde de Sucena, o impediram de ser aprovado. Apesar de sempre ter sido atribuída a autoria do projecto a Cassiano Branco, este nunca a reivindicou como sendo sua.Tinha capacidade para 1.440 espectadores. Como é referido na 26ª publicação da revista Arquivo Nacional: "Quis o conde de Sucena que o Éden se inaugurasse com peça Portuguesa,(...),e fez muito bem, porque, mais uma vez, demonstrou o seu amor à arte Nacional, como ao instalar bem o povo, no seu teatro(...)". Após a inauguração, o novo Eden apresentaria apenas mais duas revistas. Depois converteu-se definitivamente em sala de cinema sem o prestígio burguês do S. Luís ou do Tivoli (e depois do S. Jorge e do Monumental) mas com o mérito, ao longo de 50 anos de existência, de ser, no coração nobre de Lisboa, uma sala de grande cariz popular. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Eden foi o cinema mais concorrido de Lisboa. Nos anos 80 o esplendor e o brilho do Eden apagaram-se com o passar das tardes, em que as bebedeiras e as cenas de pancadaria se tornaram uma constante. Nos últimos anos passava sobretudo filmes de “western” e de artes marciais. Este cinema projectou o derradeiro filme em 31 de Janeiro de 1989. "Os Deuses Devem Estar Loucos II" fecharam as portas do Eden. Após ter sido adquirido pelo Grupo Amorim, este edifício foi transformado no "Hotel Eden", albergando também a megastore de discos britânica “Virgin”. Após o encerramento desta megastore, o espaço foi, e é actualmente, tendo sido posteriormente ocupado pela “Loja do Cidadão”: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d.(Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian): photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d. [1937?] (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Cinema Éden, Lisboa, Portugal. Autor do projecto: Arquitecto Cassiano Branco, Arquitecto Carlos Florêncio Dias. Data da inauguração: 1937: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d. [1937?] (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Cinema Europa, Lisboa, Portugal. Sala de Projecção. Inaugurado nos anos 30 do século 20, o cinema Europa foi redesenhado de acordo com um projecto do Arquitecto Antero Ferreira em 1958. Funcionou como sala de cinema até 1981: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d. (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Cinema Europa, Portugal. Cinema “Europa” situado no bairro de Campo de Ourique, inaugurado em 14 de Fevereiro de 1931, projectado pelo arquitecto Raul Martins. Em 1957 este cinema “Europa” foi demolido e no seu lugar foi construído o novo cinema “Europa”, desenhado pelo arquitecto Antero Ferreira, tendo sido inaugurado em 1958: photo by Estúdio Horácio Novais ((active 1930-1980), n.d. (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Portuguese Institute of Oncology, Lisbon: photo by Estúdio Horácio Novais, n.d. (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Portuguese Institute of Oncology, Lisbon: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), n.d. (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Cine-Teatro Joaquim de Almeida, Montijo, Portugal. Autor do Projecto: Arquitecto Sérgio Gomes. Data da inauguração: 1957: photo by Estúdio Horácio Novais (active 1930-1980), 1957 [?} (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Hospital of Santa Maria, Lisbon. Architect: Hermann Distel. Conception of project: 1938. Period of construction: 1940-1953. Opening: 1954: photo by Estúdio Horácio Novais, 1950(?)-1953 (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Exposição do Mundo Português, Lisboa. Entrada: photo by Estúdio Horácio Novais, 1940 (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Exposição do Mundo Português, Lisboa. Inauguração (23/06/1940). O Presidente da República (General Óscar Carmona), o Presidente do Conselho de Ministros (António de Oliveira Salazar), O Cardenal Patriarca de Lisboa (Manuel Gonçalves Cerejeira): photo by Estúdio Horácio Novais, 1940 (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

Fonte Luminosa, Lisboa, Portugal. Fonte monumental inaugurada em 30 de Maio de 1948, localizada na Alameda Dom Afonso Henriques. Autores do projecto: Carlos Rebelo de Andrade e Guilherme Rebelo de Andrade. Escultores: Diogo de Macedo, Maximiniano Alves. Ceramista: Jorge Barradas: photo by Horácio Novais (1910-1988), after 1948 (Biblioteca de Arte / Art Library Fundaçao Calouste Gulbenkian)

6 comments:

TC1 July 2014 at 22:54
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004):

Se tanto me dói -- Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen: a short film by J. César Monteiro, 1970 (1 of 2)

Sophia de Mello Breyner Andresen: a short film by J. César Monteiro, 1970 (2 of 2)
ACravan2 July 2014 at 03:36
This is a lovely, spooky way to begin the day. Yesterday I had a movie theater in Plymouth Meeting, PA all to myself. It's often the way it is in those multiplexes at the tail end of a movie's run. Nothing like these glories (operating theater excepted), but the best thing you can do in this punishing heat. The sound of Portuguese really seems perfectly consonant with these images. Curtis
Hazen2 July 2014 at 06:24
Tom, This one quite naturally strikes close to home. Those first two lines with their stoic sadness say it all. In the original they have a lovely rhythm. Here’s a rough translation of Andresen’s fine poem.

If it hurts me so much that things pass
It is because every moment was alive in me
Searching for that definitive good
Where the things of Love become eternal

Those photos of the “theatres of life and death” provide a great coda to the poem.
TC2 July 2014 at 13:09
Curtis and Hazen,

Spookiness and sadness and many, many mysteries, here.

But at least thanks to brother Hazen we now have a useful translation of Sophia's poem, to help locate us a bit better.

The revered poet and children's book writer Sophia de Mello Breyner Andresen lived through the Estado Novo period in Portugal in a state of internal exile perhaps not unlike that of other poets whose voices have been muted by history -- one thinks of Szymborska, Ritsos, among others. Her poems speak by indirection, often through the figurative language of myth.

The brilliant work of Horåcio Novais and his younger brother Mario (seen in last week's post "A Dance of Light and Shadow") is legendary in the history of photojournalism. It also remains largely shrouded in mystery. This is because of its historical role in producing imagery sanctioned by and promoting the objectives of the Estado Novo regime. The austere black-and-white photographs produced by the studios of the brothers Novais present the architecture and pageantry of the New State in formal, self-consciously historical documentation.

Visualizing Portugal: The New State (1933-1974)

Many questions about the construction of ideology via image and the use of visual narrative for propaganda purposes must arise for one who studies these files.

A forgotten document: the photographic life of Horácio Novais (1910-1988)

The photos are very beautiful. One takes time over them.

A magnifying glass revealed this legend above the door of the surgery in the Oncology Institute:

A BEAUTIFUL OPERATION THAT RESULTS IN DEATH OF THE PATIENT IS NOT SUCCESSFUL SURGERY
ACravan3 July 2014 at 03:01
I'm glad I revisited this to learn about the legend above the door in the surgery. It's something I think about (in other contexts) all the time, i.e., "there's no success like failure, and failure's no success at all." I'll spare you and others the path of my thinking here, but Mister Rogers' legacy has in many ways not been a positive one. I hope you have a good July 4th. Curtis
TC3 July 2014 at 21:32
Thanks very much Curtis and the same to you. Bombs are already bursting in the night here -- very New State. Fred Rogers would be shrinking into his cardigan.

Tuesday, 1 July 2014

Sophia de Mello Breyner Andresen: Eternalization (Se tanto me dói que as cosas passem)

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